quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Do inferno para ti

O eco vazio da noite ouve-se
por todas essas negras ruas
onde hoje reinam os flashes
e outrora reinavam porcos e mulheres nuas.

Julgamos a civilização antiga,
absorvemos a sua podridão,
lavamos a putrefação de fora,
mas o espelho reflete o velho chão.

Celebramos a noite que vai longa,
sem mais medo dela ter,
bebemos hoje para imitar
imitar o que os outros tentavam esquecer.

Procuramos o instinto,
fugindo metodicamente à razão,
refugiamo-nos em copos e filtros,
evoluímos para a desumanização.

Perdi a fé em todos,
até já a perdi em mim,
pois o presente desta vida é
nascer e morrer neste inferno sem fim.

2 comentários:

  1. Queria apenas dizer que acho que a tua escrita está cada vez mais bonita! ( ps i miss u)

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    1. Obrigado, Anocas! Também estou cheio de saudades tuas, espero ver-te o mais brevemente possível!

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