quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Amigo

Tal sombra, surge a meu lado,
está sempre ele disfarçado,
sabendo o que vai acontecer.

Sabe mais do que o fado,
joga com um dado viciado,
esconde a mão de todos os que querem ver.

Perco-me na névoa e nas gotas,
procuro-me em folhas soltas,
encontro-me ao adormecer.

Soturna é a sua casa,
este monstro alado sem uma asa,
que de mim tudo quer ter.

Abro-lhe a porta calmamente,
convido-o a entrar,
pois mais vale amá-lo eternamente
que para sempre o odiar.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Copo

Ergo o copo só.
Olho curioso para o seu fundo.
Olho-me nos olhos.

Deixo o copo voltar para a mesa.
Seco os lábios,
Pergunto-me o que diz o olhar que vi.