domingo, 23 de abril de 2017

Algo de novo a Oeste

A brisa do oeste trazia consigo o perfume do mar, mas não só.
Trazia, também, a misteriosa harmonia das ondas a bater nas rochas aos meus pés.
A noite cerrada, em vez retirar magia a toda a experiência, só me permitiu ouvir e cheirar com mais atenção. A frescura da maresia batia-me no rosto e eu inspirava a sentir-me livre e a lembrar-me de ti.
Abri os olhos e observei o manto de pirilampos colados no eterno azul da última fronteira.
Toda esta escura paisagem acendeu uma luz em mim, como que o fogo olímpico, sagrado, que assumia a forma de Héstia, tornando todo o ambiente selvagem numa nova casa.
Contudo, não me sentia completo, faltava-me algo para estar em paz.
Uma estrela cadente atravessou o firmamento e apercebi-me de que faltava uma estrela, mas não uma distante, uma que eu queria a meu lado, como uma eterna luz para o meu caminho, fazendo desse caminho não meu, mas nosso.
Esta noite fez-me sonhar acordado, fez-me sentir saudade de algo que nunca tive, mas que quero ter.

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