domingo, 8 de outubro de 2017

Silêncio

Silêncio...
Já não se faz silêncio.
Como o posso reencontrar?
Os aviões aterram em vez de voarem,
Os carros travam em vez de nos levarem,
As luzes apagam-se em vez de nos guiarem,
Eu fico a ouvir...
Esperando a desilusão,
Chegando esta a mim,
Exatamente porque não me desiludi.

Silêncio...
Nunca quis tanto o silêncio.
Só com ele ouço o respirar,
o cabelo a deslizar para a frente dos olhos,
o sorriso a nascer no teu semblante.
O ruído mascara o teu ser.

Silêncio...
Como tê-lo perto de ti?
Quero ver o teu olhar atento quando não há nada para ouvir.
Quero saber que ouves quando a minha boca abrir.
Quero poder pensar sem me sentir exposto.
Quero tanta coisa querendo só silêncio.

Silêncio...
Será que neste nada também nasce alguma coisa?
Já não se faz silêncio.
Porém, ainda se pode procurar.
Só preciso de companhia para o partilhar.

Sem comentários:

Enviar um comentário